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25 agosto 2017

Papo Descontraído com Cesar Bravo, autor de Ultra Carnem

Olá meus queridox, como vão todox? Espero que estejam bem e aconchegados numa poltrona bem confortável, pois a entrevista de hoje é de arrepiar.

O nosso quadro Papo Descontraído continua a todo vapor, e hoje o nosso entrevistado será um dos mestres do terror no Brasil, o Cesar Bravo. Então vambora conhecer um pouco sobre esse moço?

Cesar Bravo: Nascido em 1977, em Monte Alto, São Paulo, foi apenas recentemente que Cesar Bravo deu voz à sua relação visceral com a literatura. Durante sua vida, já teve diversos empregos — ocupando cargos na indústria da música, na construção civil e no varejo. É farmacêutico de formação. Bravo publicou suas primeiras obras de forma independente, e em pouco tempo ganhou reconhecimento dos leitores e da imprensa especializada. É autor e coautor de contos, romances, enredos, roteiros e blogs. Transitando por diferentes estilos, possui uma escrita afiada, que ilumina os becos mais escuros da psique humana. Suas linhas, recheadas de suspense, exploram o bem e o mal em suas formas mais intensas, se tornando verdadeiros atalhos para os piores pesadelos humanos.

Cesar é um admirador e seguidor dos grande mestres, devoto de Edgar Allan Poe e H.P. Lovecraft. Com uma voz única e muito brasileira, o terror nacional volta a respirar na pele da nova geração de autores e leitores sedentos por histórias que deem voz a nossa identidade, mas que nos levem muito além da carne.

CONHEÇA ALGUMAS OBRAS DO AUTOR:

ALÉM DA CARNE
Quando a filha de Galileu Sultão é brutalmente assassinada, todos em Nova Enoque sentem que a seca e a superpopulação de pragas que assolam suas terras são apenas fagulhas do incêndio que se aproxima. Em pouco tempo a loucura tomará conta da cidade, palavras voarão nas asas dos insetos, crescerão com a poeira dos ventos, corrompendo e inundando quem se atrever a ouvi-las.Uma sombra no escuro da noite, um velho computador, alguém que bate à porta vendendo porcarias ou buscando um prato de comida. Melhor pensar bem, você pode não gostar do que eles têm a dizer.
Saiba mais sobre o livro clicando aqui.

ULTRA CARNEM
Era um encontro inevitável. De um lado, a Caveira querendo publicar revelações da literatura de terror nacional. Do outro, um farmacêutico carismático com um toque de "O médico e o monstro" desejando dar voz as possibilidades sombrias que corriam em suas veias. O pacto foi selado em latim e da união entre Cesar Bravo e a editora mais sombria do mercado nasceu um livro visceral. Ultra Carnem expande a sua obra mais popular, quatro histórias inéditas que despem o irreal e tem como elo um olhar sarcástico de quem observa o mundo e compreende que na disputa entre o céu e o inferno nós somos o prato principal. Narrativas insanas, repletas de pactos, demônios, conversas capciosas, sangue, socos na boca do estômago e… bom, a gente não vai contar tudo. Só o que podemos revelar é que Ultra Carnem expande em muito a mitologia criada por Cesar Bravo, dando detalhes assustadores sobre a infância e a obra maldita de Wladimir Lester, o estranho menino pintor. Além disso, o autor mostra até onde vai a fome de um homem desesperado pela fama ou por uma vida mais digna por direito. A caminhada segue sem pudores expondo a fragilidade de cada um de nós. Por fim, o leitor fica com a sensação de que nós, humanos, não devemos bancar o esperto. E que não existe a possibilidade de enganarmos o céu e o inferno.
Você pode encontrar os livros do Cesar Bravo clicando aqui.

Agora, depois de saber sobre os livros desse cara incrível, vamos entrar na semana dele? Sigam-me os bons.

ENTREVISTA

MARCOS WELL: Quando você soube que queria ser escritor?

CESAR BRAVO: Eu sempre gostei de escrever, mas se tivesse que apontar um momento, foi quando meu original submetido ao grande Alexandre Durigon (conhecido como Afobório) foi aceito para participar da antologia The King, publicada pela Editora Multifoco. Eu sabia do trabalho incansável e da competência desse editor, e ter seu reconhecimento foi um diferencial enorme, foi quando eu passei a acreditar em meus textos mais complexos.

MW: As suas primeiras publicações foram feitas pela revista Flores do Mal pela Editora CLAE. Como isso te influenciou e te ajudou na sua carreira de escritor?

CB: Nossa, agora você me levou longe (risos). O CLAE foi fundamental. Comecei a expor meus textos naquele grupo (hoje editora), e aprendi com eles o que era certo ou errado, agradável ou prolixo. Tenho muitas lembranças boas daquele tempo, ainda guardo as revistas que recebi, como troféus; elas têm um lugar muito especial em minha vida. Creio que muito do que eu li na página do CLAE, dos textos de meus parceiros de trincheira, tenha me influenciado de alguma maneira. Um cara que sempre gosto de citar é o Guilherme Sakuma (hoje escrevendo como Gilberto Sakurai). Esse escritor me mostrou como ser livre nos textos, como escrever o que se gosta e sente é fundamental para um autor. Também cito João Gilberto Guimarães Sobrinho, João Willians B., Jacqueline K Audrey, Pablo Ambruch e Wanessa Monteiro de Barros, esse pessoal leu meus primeiros textos e me ajudou a melhorá-los e divulgá-los.

MW: Como você se interessou pelo terror e por que escolheu esse gênero para escrever?

CB: O terror sempre esteve por perto. Seja no escuro do quarto, nos filmes ou nos livros. Sobre escolhas, não foi bem assim que aconteceu (ou como diria Stephen King: “quem disse que eu tive escolha?”). De onde vejo, foi uma imposição da minha criatividade. Eu poderia escrever sobre outros temas, mas sinceramente? Duvido que ficaria tão intenso e verdadeiro. Tenho uma facilidade enorme em enxergar e descrever a escuridão, o que faço é transferir parte do que sinto para os meus livros.

MW: O que não pode faltar num livro de terror/horror?

CB: Personagens marcantes. Como em qualquer outro gênero, são os personagens que agarram o leitor. É claro que também não pode faltar sangue, tensão e sofrimento, mas o fundamental são pessoas com quem você se importe. Se um livro tem bons personagens, apaixonantes — sendo eles canalhas ou heróis, não importa —, é quase certo que será bem aceito pelo público. 

MW: Como você vê o cenário literário atual para os gêneros de fantasia, terror e horror?

CB: Vejo um mercado novo que se expande depressa. Desde que comecei a escrever, não presenciei o aparecimento de tantos novos autores e com tanta qualidade. Me parece que falta apenas um voto de confiança da maioria das editoras para que esse mercado se consolide de vez. Tenho fé que acontecerá em breve.

MW: Quanto tempo durou para ficar pronto o seu primeiro livro?

CB: O primeiro rascunho levou seis meses. Não posso dizer que aquele material teria um uso mais nobre do que alimentar uma fogueira (ou ser usado para limpar o traseiro em uma situação de emergência), mas foi interessante. Anos atrás, quando terminei o trabalho, perto das duas da manhã, fiquei um tempo calado, bebendo uma cerveja e pensando aonde ele poderia me levar. Foi um bom momento.

MW: Quais autores de terror você indicaria como referências para você e que não podem faltar na cabeceira de um leitor?

CB: H.P. Lovecraft, Edgar Allan Poe, Clive Barker, Stephen king. Fora do horror, eu cito Charles Henry Bukowski.

MW: O que é escrever para você?

CB: Terapia, escapar da realidade de um mundo abominável, viver do que amo. Quando escrevo experimento novas sensações, novas ideias, e sem nenhum exagero: é como tocar o céu. Eu não consigo imaginar algo que me dê tanto prazer e paz de espírito. Escrever também é um modo de nos comunicarmos de uma maneira mais profunda, quase intuitiva; é uma chance de descobrirmos que não somos os únicos a pensar dessa ou daquela forma, escrever derruba muros e constrói pontes. 

MW: Como você definiria o sentimento de vingança?

CB: Um direito (risos). Para ser bem sincero, não acredito muito nessa palavra, porque na maioria das vezes o significado me parece bem próximo à justiça. A vingança sem exageros é isso, uma compensação, ação e reação, quase uma lei física.

MW: Acredita em céu ou inferno?

CB: Bem, eu não duvido. Não costumo falar muito sobre religião, ou me apoiar em um salvador celestial, mas não posso ser arrogante a ponto de pensar que tenho todas as respostas. O que eu sei, o que eu sinto, é que existe alguma coisa atrás das cortinas da realidade. Uns chamam de Deus, outros de energia; ao que me parece, é como um tipo de fonte, uma que não entendemos, mas continua nos abastecendo.

MW: Cite três palavras que te resumem enquanto ser humano dotado de um dom artístico.

CB: Persistente, criativo, obstinado.

MW: Como surgiu a ideia para o livro Ultra Carnem?

CB: Eu queria falar sobre a ambição desmedida do homem, foi onde tudo começou. Mas então, percebi que tinha algo mais interessante, detalhes que talvez interessassem a Deus e a Satã. Foi como surgiu o primeiro conto, se não me engano, “O pagamento”. Os ciganos vieram como um acréscimo, pela minha imensa curiosidade e admiração por esse povo. Depois de anos da publicação de “Além da Carne”, senti que a Caveira tinha o mesmo desejo de ampliar aquele universo, Ultra Carnem nasceu dessa ideia.

MW: Quanto tempo esse livro demorou a ficar pronto?

CB: Três meses. Mas eu já tinha um esqueleto pronto no “Além da Carne”, uma premissa fortíssima e toda a empolgação de ter conseguido, não só uma editora, mas a DarkSide.

MW: O que uma obra literária de terror precisa ter para ser considerada de qualidade?

CB: Precisa mexer com o “Nervo Exposto” de muita gente. Uma obra literária, principalmente de terror, precisa tocar o leitor, às vezes deixá-lo incomodado e assustado, faz parte da diversão, entende? Não consigo ver um bom livro de horror que não faça você se remexer na cadeira e acender as luzes da casa enquanto apanha um copo d’água. Um bom livro também precisa surpreender, te manter agarrado, e como eu disse antes: ter bons personagens.

MW: Quais os teus projetos para o futuro? Há algum trabalho novo vindo por aí? 

CB: Bem, eu escrevo sem parar, então tenho alguns projetos na gaveta (além de estar escrevendo um novo livro). Sempre estou submetendo um ou outro livro à apreciação da editora, meu desejo é que logo tenhamos novidades. Também tenho trabalhado com projetos um pouco diferentes, mas é cedo para falar sobre isso. Sobre o futuro, meu único plano é torná-lo melhor que o presente, sempre!

MW: Faça-me uma pergunta.

CB: O que motivou você, senhor Welinton, a me convidar para essa entrevista?

MW: Qual o recado que você gostaria de deixar para os seus leitores e os leitores do Um Baixinho Nos Livros?

CB: Caras, eu teria muita coisa para falar, mas vou ser prático. 

Gostaria que vocês fizessem suas vidas valerem a pena, de verdade, e de uma maneira que o amanhã nunca precise de nenhum acréscimo para que vocês estejam felizes. Se dediquem ao que vocês amam, deem seu sangue e seus ossos, mas saibam aproveitar a estrada enquanto caminham por ela (eu sei que não é fácil, ok? Deus, como eu sei!). A vida é muito curta para negarmos nossa essência, sejam verdadeiros com vocês mesmos. Tenham fé, persistência e coragem. Aos meus leitores em especial, gostaria de agradecê-los pelo carinho, pela disposição em ler meu trabalho e pela generosidade em recomendá-lo. Vocês fizeram e fazem toda a diferença. Fiquem por perto, estamos apenas começando!

Termino por aqui, agradecendo pelo interesse em meu trabalho e pelo convite. Gostei muito dessas perguntas, elas me levaram longe, me arrastaram para onde tudo começou. Foi incrível! 



E agora, respondendo a pergunta que o Cesar fez para mim. Bem, Cesar, eu comecei a acompanhar o seu trabalho no grupo da CLEA. Não lembro ao certo, mas acho que você era um dos administradores, e no período eu tava ingressando no meio literário, postando vez ou outra uma poesia por lá. E como eu amo Baudelaire da minha alma, o título da Revista as Flores do Mal, foi muito curioso para mim. Bem, acho que você é um cara valioso para a nossa literatura e que por isso valeria muito a pena entrevistá-lo.


Marcio Informa: Caso quiser participar do quadro Papo Descontraído é só entrar em contato com o Marcos no e-mail: misterguelo@hotmail.com e conversar com o mesmo, pois é ele que comanda esse quadro.


E então meus amores e minhas amoras, cês gostaram da entrevista? Deixem suas impressões aí nos comentários. Breve nos teremos outra entrevista bombástica para dar o que falar.

ABRAÇOS EM TODOS! Até a próxima.

6 comentários:

  1. Parabéns pela entrevista, pelas perguntas, pelo entrevistado, por tudo. Amei!

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  2. Parabéns Marcio! Adorei a entrevista!!!
    bjs

    Amor Por Livros
    http://amo-os-livros.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
  3. Que entrevista bacana, gostei muito de conhecer o trabalho deste autor. Esse blog está sempre arrebentando, trazendo só novidades. Sou fã desse blog, Marcio. Continue assim, você é demais!

    Dieison Engroff, Humaitá/RS.

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